quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Administração de tempo para escrever?

Ontem, um amigo perguntou como faço pra administrar o tempo pra conseguir, além de outras coisas, ler e escrever. Achei engraçado como que minha resposta foi rápida: "Eu sou péssimo em administração do tempo. É que, na correria, eu priorizo aquilo que é mais importante: Amar."

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Eu me meto com várias coisas ao mesmo tempo. Supervisiono projetos numa empresa de comunicação, produzo conteúdo de marketing para uma empresa de mídia digital, divulgo e distribuo o meu primeiro livro, estou trabalhando num projeto aí meio secreto, escrevendo o próximo romance, começando a promover um bate-papo literário sobre o protagonismo homossexual na literatura, cuido da minha cachorrinha Tekila, da casa em volta dela, do noivo e... Bom, é só isso tudo aí. E o silêncio como que fica? Bom...

Silêncio e tempo pra escrever é algo importante demais para a produção. Deixar a mente vazia, em paz... Mas, a realidade dos autores que estão começando é outra. principalmente pra uns doidos que curtem a ideia de autopublicação. É uma postura ativa de trabalhar em mais de uma profissão, cuidar das obrigações, manter um relacionamento, etc. Ou seja, esqueça aquela ideia de filmes onde o escritor viaja pra sua casa de campo e escreve aquecido pelo fogo da lareira. Eles até existem, mas olha... Pra chegar nisso... Sei lá, viu! Prefiro nem cobiçar muito.

De maneira alguma eu diria que não é preciso disciplina, pois acho que é importante para o exercício da escrita. Mas, também defendo que qualidade de vida é fundamental.

Por conta disso, minha administração de tempo consiste, basicamente em: Se tudo está corrido, pressão de todos os lados, prazos e tudo o que envolve um cotidiano cheio de coisas que me levam ao ponto de eu ter que escolher o que fazer primeiro e o que abrir mão, eu paro e vou fazer aquilo que é a minha prioridade - Meu noivo. É bem simples e automático. Na oportunidade de escolher, eu vou naquilo que me proporciona uma experiência que vai afetar positivamente em todas as outras. Um filme, um cafuné, cozinhar algo diferente juntos, contar um pro outro sobre o livro que está lendo, as ideias que teve... Essas coisas elevam meu espírito! Relaxo, curto esses momentos e depois, bem comigo mesmo, vou cuidar do resto.

Apenas parece que eu escrevo menos agindo assim. Só que eu sinto o contrário. Sinto que escrevo até mais. Que o pouco tempo que eu tenho pra conseguir escrever, é mais produtivo. Talvez pelo fato de ter usado aqueles momentos de bloqueio criativo (aquela travada no nosso sistema operacional, sabe?), para curtir aquilo que me faz feliz.

Não. Eu não me vejo naquele grupo de pessoas que escrevem só em momentos de insight criativo. É preciso sim se forçar, se dedicar, procurar ter, todo dia, nem que seja só alguns minutos pra exercitar escrevendo. Mas não saberia ficar horas e horas com o notebook no colo e louco pra terminar uma história enquanto a minha história de vida me espera pra que eu a escreva vivendo.

Eu grifei "minha prioridade", pois isso é bem relativo. O importante é que essas prioridades existam. Elas nos dão uma direção e equilíbrio na hora que tudo fico meio confuso e complicado de administrar. Por mais que se diga que o maior prazer da vida é escrever, é bom que existam outros prazeres. É o que evita que a gente pire. Se houvesse uma ordem que eu pudesse, humildemente, sugerir...


  • Faça o que tem que ser feito: O que se entende como real obrigação.
  • Termine a obrigação e faça aquilo que mais te dar prazer além de escrever.
  • Com a mente em paz, escreva.


Essa receita funciona legal pra mim. Vou sempre bater na tecla de que nada é regra universal. Se você escreve, passou pelo blog e conhece outras pra compartilhar, por favor, pode comentar.

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